sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Por que eles só pensam "naquilo"?

Imagine a cena: ela não consegue parar de suspirar e de pensar em como ele é lindo e em quanto gostaria que ele fosse seu namorado. Ele só pensa em tentar ficar mais perto da menina que é considerada a “boazuda” da sala. Eis aí uma pergunta que não quer calar: por que eles só pensam "naquilo"?



Se você acha que os meninos são vazios e não pensam em nada mais além de sexo vá com calma. Alguns especialistas e até mesmo quem já passou pela situação explicam porque existem tantas diferenças quando o assunto é sexo.



Para o ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Júnior, o menino aprende desde cedo a encarar o sexo com mais liberdade. “Enquanto as meninas são ensinadas a sonhar com o primeiro beijo, os garotos se preparam para a primeira transa”, declara o sexólogo.



“Na adolescência, a ansiedade para prática sexual é comum tanto nos garotos quanto nas garotas. Porém, no fundo, os dois sexos querem ser felizes em relacionamentos amorosos, só que no caso dos adolescentes do sexo masculino o medo de falhar na “hora H” faz com que eles evitem criar vínculos afetivos com as meninas”, comenta Amaury Mendes.



Na opinião da psicóloga e educadora sexual Carla Zeglio, diretora do Instituto Paulista de Sexualidade, sexo e compromisso são coisas diferentes. “Esta diferença fica clara para os homens, na educação oferecida a eles. Na educação feminina é dito que sexo só com relacionamentos afetivos. Estamos diante do dilema ‘meninos X meninas’”, diz.
“Apesar de todos quererem a mesma coisa, o tempo de querer pode ser diferente, mas adolescentes de ambos os gêneros querem companhia com quem possam trocar experiências de vida e da sexualidade”, acrescenta Carla.




A adolescente Priscila (que não quis revelar o sobrenome), 18 anos, concorda que as meninas são realmente mais ligadas aos sentimentos do que os meninos. “Acho que isso pode ser um pouco culpa da sociedade, que sempre discrimina meninas no que pode e o que não pode na hora do sexo. Os meninos podem transar com todas as meninas e as meninas não podem transar com ninguém senão vão ser consideradas galinhas”, afirma a adolescente.



Juliano Tortola, 16 anos, que namora há 11 meses, defende os meninos dizendo que “alguns podem até pensar só em sexo, mas existe quem queira compromisso”. “Acho que muitas vezes fica essa idéia de que os meninos só pensam 'naquilo' e as meninas acabam nem dando a chance da gente provar o contrário”, declara.



Segundo o psicólogo Oswaldo Rodrigues Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, existe uma necessidade de assumir os papéis sexuais socialmente determinados para que o jovem se sinta homem, másculo. “Em todas as culturas existem padrões para os comportamentos dos homens e das mulheres. É isto que se chama de identidade masculina. Os indivíduos que não se inserem no padrão deixam de ser considerados homens e mulheres”, explica Rodrigues.



De acordo com a sexóloga Carla Zeglio, não existe diferença entre desejo sexual masculino e feminino, o que existe é a diferença na expressão dos desejos, devido a uma educação pouco eficaz.



Os especialistas são enfáticos em dizer que a melhor maneira de lidar com essas diferenças é respeitando a necessidade de cada um deles esquecendo se são meninos ou meninas. “Devemos lembrar sempre que estamos lidando com seres humanos e com necessidades muito individuais”, diz Carla Zeglio.



“As meninas costumam amadurecer mais rápido do que os meninos e, por isso, também são elas que conseguem conduzir melhor o relacionamento e o processo de conquista entre o sexo masculino e feminino”, comenta o sexólogo Amaury Mendes Júnior. “O mais importante de tudo é se permitir ter a liberdade de pensar em sexo desde que tudo seja feito com responsabilidade e que na hora em que os dois se sentirem preparados para as “vias de fato” não se esqueçam de todas as precauções para evitar doenças sexualmente transmissíveis”, enfatiza Mendes.
Texto retirado do site da Terra.

Como agir depois da primeira "ficada"?


Você sempre teve vontade de ficar com aquele gato que entrou na sua sala. Ou então, você foi para a balada e rolou de conhecer um cara que fez o seu coração disparar. Então, depois de conversas daqui e de lá aconteceu de vocês ficarem, mas surge um outro problema: o que fazer no dia seguinte e como agir depois da primeira "ficada"?


Na opinião da psicóloga e terapeuta comportamental Márcia Luiza Trindade Corrêa, o "ficar" é uma forma de aproximação, o começo de um relacionamento, que pode ou não dar certo. "As pessoas 'ficam' para conhecer melhor o parceiro antes de tomar uma decisão tão séria, que é namorar. Os jovem que namoram levam muito a sério o seu namoro", afirma Márcia.


Para a promotora de eventos Stephanie Alencar, 21 anos, ter relacionamentos extensos cria muita responsabilidade. "É muito mais fácil suprir as necessidades com uma pessoa que você nem conhece, que não fica te amolando, não dá satisfação. Acho que no fundo as pessoas têm medo de algo mais sério", declara.


A estudante de agronomia Stella Vannucci Lemos, 18 anos, concorda que "ficar" é muito mais fácil porque não necessariamente envolve sentimentos. "Digamos que você ache uma pessoa atraente e tem vontade de beijá-la. Ao 'ficar' com ela, você tem a chance de ver se a relação tem futuro e daí fica bem mais fácil assumir qualquer coisa", diz.


Segundo o escritor e consultor de relacionamentos Sérgio Savian, quando as pessoas "ficam" não podem achar que já se conhecem por completo. "O 'ficar' pode ser bom se você não tiver problemas em aprofundar a intimidade se sentir vontade. Quando acontece de ter este tipo de experiência amorosa com um amigo é preciso deixar as coisas muito claras desde o começo para evitar perder a amizade", declara. "Conversar sempre é a melhor alternativa para se chegar a algum acordo", diz a estudante e modelo Camila Judens, 18 anos.


"Um grande erro é quando dois amigos 'ficam' e mudam a forma de agir um com o outro só porque se beijaram", conta a estudante de psicologia Letícia Carvalho, 21 anos. O operador de telemarketing Jefferson Magno Barbosa, 23 anos, também é da mesma opinião: "a única diferença na amizade depois da 'ficada' é que rola um carinho maior por essa pessoa, mas de resto nada deve mudar".


Em situações em que as pessoas que "ficam" não se conheciam antes os especialistas e os jovens são unânimes em dizer: não adianta correr atrás de quem não está a fim. Para Jefferson Magno Barbosa, ficar ligando direto para a pessoa sem ter certeza de que rolou uma química pode "queimar o filme" de qualquer um.


"A insistência é o pior inimigo de quem está no começo de uma 'ficada'. Acaba assustando as pessoas", diz Stella Vanucci Lemos. Arrependimentos também não resolvem a situação depois de ficar com alguém. "Mesmo que você não tenha gostado, a única coisa a se fazer é tocar a vida para frente. Tudo nessa vida é aprendizado - se não foi bom não importa, muitas coisas boas estão por vir", acrescenta a psicóloga Márcia Corrêa.


O que vale depois da primeira ficada?

- Agir naturalmente (no caso de o ficante ser do mesmo círculo de amizades)

- Dar dicas e indiretas de que você gostou do que aconteceu e que gostaria de repetir a "dose"

- Criar oportunidades para vocês se encontrarem e tentarem fazer uma segunda, terceira, quarta "ficada"

- Manter diálogo aberto e aceitar se a pessoa não quiser continuar a ficar com você.


O que não vale depois da primeira ficada?

- Fingir que nada aconteceu- Tratar mal a pessoa só porque não gostou dos beijos

- Falar que vai ligar e não ligar

- Usar MSN ou Orkut para falar mal da pessoa só porque você não gostou da "ficada" ou só porque ela não quer mais continuar com você

- Dar falsas esperanças

Testo retirado do site da Terra.

domingo, 4 de novembro de 2007

Ser ou não ser, eis a questão!

Atualmente, existem cerca de 6,6 bilhões de pessoas vivendo no planeta, sendo que cerca de 1,5 bilhões destes são jovens que dispõem de 15 a 25 anos. Para compreender-mos melhor esta seção da sociedade, na qual estamos incluídos, realizamos uma pesquisa com 100 jovens e apresentaremos os resultados a seguir.
Ao propor-mos este trabalho, delimitamos um grupo de 100 pessoas como foco de nosso estudo, esses se encontram em uma faixa etária de 15 a 25 anos. O grupo pesquisado dispunha de 54 mulheres e 46 homens, que se encontravam distribuídos em 4 grandes grupos:


















Há 30 anos atrás, os jovens só namoravam depois dos 18 anos e somente em casa, sob a vigilância dos pais.Atualmente, esta realidade mudou bastante, o jovem agora tem seu 1º beijo por volta dos 10 anos, sendo que em alguns casos, isso acorre ainda mais precoce. O jovem, muitas vezes não quer um compromisso sério, não tem a intenção de namorar, somente “ficar”. Ao questionar-mos o jovem a respeito de sua posição a respeito de “ficar” uma porcentagem esmagadora de 84% dos entrevistados afirmam que são a favor de “ficar” e somente 16% apresentam uma posição contraria. Para reforçar ainda mais, essa tese a respeito do desinteresse do jovem por compromisso, perguntamos aos entrevistados quantos estavam namorando, e a partir das respostas encontramos o seguinte parâmetro:

Ainda seguindo a mesma linha, perguntamos qual ao grupo qual o tipo de pessoa que eles preferem “ficar”. Encontramos como resposta, o seguinte: 63% das pessoas preferem um tipo mais liberal e 37% alguém um pouco mais conservador. Ao analisar-mos esta pergunta considerando as respostas dadas por cada sexo, chegamos a seguinte conclusão:

Nas décadas de 60 e 70, houve uma grande disseminação dos métodos anticoncepcionais como, pílulas, camisinha e outros, o que proporcionou uma revolução sexual. Antigamente, era uma desonra a família se a filha não se casasse virgem, de branco, véu e grinalda. Atualmente, isso mudou bastante, a mulher não esta mais respeitando essa antiga e ultrapassada tradição. Os jovens, cada vez mais vêm ingressando mais precocemente em uma vida sexualmente ativa, percebemos isso ao compararmos os gráficos abaixo.















Para reforçarmos ainda mais, a precocidade dos jovens a respeito do sexo, perguntamos ao grupo, com quantos anos ocorreu sua primeira experiência sexual, e encontramos os seguintes resultados:





O governo, a escola, a família, a mídia, e várias outras instituições têm tomado uma postura conselheira e instrutora para com o jovem. Por mais que a mentalidade das pessoas tenha evoluído, ainda existe uma grande distância do jovem para com a família, o que pode atrapalhar-lo de dialogar, perguntar e se abrir e isso têm levado a um aumento do número de adolescentes despreparados e sem nenhuma instrução. Mesmo não estando preparados para ingressar em uma vida sexualmente ativa, o fazem, e acabam tendo por conseqüência uma gravidez indesejada, a obtenção de uma DST, dentre outros. Perguntamos aos jovens se em sua 1ª vez, usaram camisinha e se ainda continuam a usa-lá. 82% dos jovens afirmaram que fizeram uso de camisinha e 18% dizem que se esqueceram ou não tinham no momento, por mais que a maioria tenha usado camisinha ou outro tipo de proteção 18% continua a ser um numero muito considerável, neste nosso universo de pesquisa. Agora, quando analisamos as respostas que foram dadas para o segundo questionamento, ou seja, se estes continuam a fazer uso desses métodos, as respostas dadas foram um pouco mais “aceitáveis”.
Como já comentamos, a família desempenha um papel crucial na formação do caráter do jovem, por esta razão perguntamos qual o tipo de educação recebida de seus pais.

Podemos constatar no gráfico e na tabela acima, como a educação participa nas condutas e ações das pessoas. Percebemos que a grande maioria das pessoas que receberam uma educação liberal, já transou; e as que receberam a do tipo conservador nunca tiveram sua primeira experiência sexual.
Outro importante ponto que devemos discutir é: Qual a participação dos pais na vida do filho? Até que ponto os pais devem apoiar o filho? Em razão desta indagação, perguntamos ao grupo, quantos deles os pais sabiam a respeito de sua iniciação sexual e qual a posição tomada por eles. Ao analisar-mos os dados retirados do questionário, contatamos que 24 homens disseram que os pais têm conhecimento de sua 1ª vez, e 7 afirmam que não. Agora, se analisar-mos as respostas dadas pelas mulheres, 7 afirmam que sim, que os pais tem conhecimento de que não são mais virgem, porém 11 dizem que não. Se analisar-mos a segunda indagação, perceberemos um outro fenômeno, pois ao perguntarmos qual a posição dos pais ao saberem que o(a) filho(a) teve ou gostaria de a 1ª experiência sexual, 23 homens receberam apoio de seus pais, somente 1 que não. Já as mulheres, 8 delas foram apoiadas em sua decisão e 2 não receberam esse apoio. Observamos, que as mulheres não recebem tanto apoio da família e da própria sociedade no que diz respeito a sexualidade, já, os homens tem esse apoio muitas vezes em razão disso o homens acaba transando de qualquer forma, pois “sabem que receberam apoio”.
Em razão deste distanciamento entre o jovem e a família, questionamos a eles, de quem havia vindo às instruções a respeitos do que fazer e não fazer na primeira vez, e as respostas ouvidas foram diversas. Muitos afirmam que os amigos tiveram uma grande participação; outros que os responsáveis fora os pais observe as respostas dadas por eles.














O jovem é um ser muito contraditório, regido pelo ditado “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.”, ou seja, o jovem muitas vezes utiliza de meios e ideais que vão contra os seus próprios ideais. Para explicar-mos melhor isso vamos utilizar de dados que foram recolhidos durante a pesquisa. Perguntamos aos jovens, qual a posição deles a respeito de famílias conservadoras, e posteriormente qual a posição a respeito das famílias liberais que não impõem limites aos filhos e obtivemos o seguinte panorama: 52% dos jovens são a favor deste tipo de educação e 48% disseram ser contra essa conduta. Agora ao analisar-mos a opinião desses a respeito das famílias liberais, as respostas foram ainda mais surpreendentes 21% afirmam ser a favor deste tipo de educação, enquanto 79% se intitulam contra. Ou seja, a partir disso percebemos o antagonismo presente no jovem, pois muitas vezes esse clama por um pouco de liberdade (da qual já desfruta o suficiente), mas apresenta uma posição totalmente contraria a respeito da “abolição dos limites”.
Por mais que tentemos lutar contra o preconceito e o machismo, estes estam presente em nossa sociedade. A mulher já adquiriu uma série de direitos, que anteriormente não apresentavam como o direito ao voto, a igualdade no mercado de trabalho e até mesmo dentro da família, mas infelizmente ainda resta uma pequena porção de preconceito. Em razão disso, indagamos aos jovens a respeito que qual a posição que apresentavam a respeito da mulher ter sua primeira experiência, e qual a posição a respeito da mulher não casar virgem. Obtemos como respostas, em ambos os casos recebemos uma posição semelhante. No primeiro caso 82% dos entrevistados afirmam que são a favor da mulher trabalhar fora de casa e apenas 12% tem uma opinião contraria. No segundo caso, apresentam a mesma perspectiva, 35% acham que é importante a mulher ser virgem antes do casamento, e 65% julgam desnecessário manter-se essa “tradição”. Outro fato que comprova essa posição um pouco mais liberal adotada pelo jovem, se dá pelas respostas obtidas ao se perguntar o tipo de pessoa que se escolheria para casar, cerca 73% dos entrevistados afirmam que preferem pessoas liberais, que já ingressaram na vida sexual; por outro lado temos aquele que ainda presam pela pessoa conservadora, que ainda é virgem.
Ainda, analisamos outros fatos para considerar-mos se a sociedade mantem uma posição machista e preconceituosa ou se esta começou a deixar de lado esses padrões patriarcais, alguns desses foi o fato da mulher ingressar no mercado de trabalho e de adquirir cargos superiores que anteriormente eram ocupados somente por homens. Perguntamos ao grupo qual a posição que apresentavam a respeito da mulher trabalhar fora do âmbito familiar, obtivemos como resposta que 95% são a favor da mulher trabalhar fora de casa e 5 % ainda mantem um posição contraria. Perguntamos ainda qual a posição que apresentavam a respeito da mulher ser mais bem sucedida financeiramente e profissionalmente do que o homem, e do mesmo modo obtivemos uma posição a favor, 93% dos entrevistados afirmam que isso é totalmente normal e admissível em nossa sociedade e apenas 7% dos entrevistados afirmam ser algo inadmissível.
Para o jovem é muito fácil criticar e discordar dos pais. Nossos pais, quando estavam com a nossa idade eram reprimidos e repreendidos, por nossos avós, e aqueles não aceitavam o que era imposto. Nos dias de hoje, percebemos que nossos pais nos submetem as mesmas táticas e repreensões que eram submetidos por seus pais. Para demonstrar-mos esta realidade, perguntamos ao grupo pesquisado qual seria a sua posição caso tivesse um(a) filho(a) e esse(a) decidisse transar com o(a) namorado(a).Devemos relembrar que 82% dos jovens disseram ser a favor da 1ª relação sexual antes do casamento, ao analisar-mos os dados da pesquisa obtivemos o seguinte resultado:
Em uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha foi constatado que houve um aumento no que diz respeito à rejeição ao aborto. De 1998 a 2007 ocorreu um aumento de cerca de 10 pontos percentuais, ou seja, em 2007 cerca de 87% dos entrevistados condenam o aborto. Para contatar se a mentalidade dos jovens condiz com os dados da pesquisa, perguntamos aos entrevistados qual a sua opinião a respeito de aborto e em seguida qual seria a posição a respeito de abortar, caso fossem ter um filho indesejado.
Para a primeira indagação tivemos a seguinte resposta: 34% das pessoas afirmam que são a favor de abortar, e 66% dizem que não abortariam, pois esta seria uma atitude criminosa. Agora ao enfocar-mos a segunda pergunta, percebemos que a porcentagem de pessoas que declaram ser a favor do aborto reduziu, uma vez que a mãe ou o pai não vê mais o aborto como uma solução, mais sim como um assassinato, pois ao praticá-lo não estará simplesmente não estaram matando um feto mais sim o seu filho.
Outro grande problema que permeia nossa sociedade é o fato do aumento do numero de adolescentes que ficam grávidas. Porém, podemos observar que aumentou um pouco a tolerância da sociedade para com os adolescentes que são pais e mães. Para conhecermos a mentalidade do jovem interiorano a respeito da gravidez na adolescência, fizemos as seguintes perguntas: Qual sua posição a respeito da gravidez na adolescência, e qual seria a posição caso seu(a) filho(a) adolescente se tornasse pai ou mãe? Observamos que se mantivera a mesma postura que se obtivera no item acima, observe as duas tabelas e os gráficos.






















Ao realizar-mos esta pesquisa, tivemos por intenção desvendar uma pequena porção da mente do jovem. Escolhemos como tema, o sexo, por este ser algo totalmente presente na vida do adolescente. Para encerrar-mos nossa pesquisa, perguntados ao grupo de jovens qual era sua opinião a respeito deles mesmos, se eram conservadores ou liberais. Cerca de 94% dos jovens entrevistados afirmam que o jovem é liberal, e os outros 6% dizem que o jovem é conservador. Agora, a partir do que analisamos podemos concluir que o jovem é liberal em alguns sentidos, já em outros ele mantem uma postura bastante conservadora.

Sexo pela internet

Hoje em dia muito se fala a respeito da interação digital dos jovens. Sobre como a internet ajuda na vida dos estudantes. Através dela é possível fazer pesquisas, trocar idéias, em fim interagir de um modo nunca antes visto, e junto com essa interatividade veio à facilidade de se relacionar. Os jovens usam esse meio como um portal de encontros virtuais, muitas vezes mantendo um relacionamento sexual periódico.
Dentre os vários canais, podemos destacar o uso do MSN, de salas de bate-papo e do orkut, onde a anonimidade facilita qualquer aproximação, mesmo e principalmente de pessoas que nunca se viram antes.
Observe a conversa que ocorreu entre a editora da revista Capricho e 4 adolescentes leitoras da revista, onde elas discutem sobre sexo na internet.


Marina Bessa, editora de comportamento da Capricho, conversa com 4 meninas sobre experiências picantes no MSN. Veja o bate-papo.

Marina diz: vocês já tiveram conversas picantes pelo msn?

Han diz: sim!

Gabiii diz: eu não...

cissa diz: eu já

Han diz: fotos e vídeos tbm valem, né? e pela webcam!

cissa diz: eu ficava com um mlk, mas nunk rolava esse assunto de sexo. ele falava q queria transar comigo e tal, mas eu achava que não tava preparada. aí um dia ele veio no msn e perguntou se eu qu eria fazer sexo por ali

Han diz: nossa... carudo!

cissa diz: na hora, eu fikei meio sem entender...

Han diz: nem devia saber como fazer

cissa diz: aí ele foi falando e eu nem falei nada, ele só colocou a web dele e eucoloquei a minha

Gabiii diz: corajosa...

cissa diz: ele começou meio q a contar uma historinha lah com nós 2 numa ilha deserta e tal

Gabiii diz: ...pq, qndo é sem webcam, é uma coisa, com webcam é completamente diferente

Han diz: com webcam, dá um poko d vergonha, agora sem, rola d tudo. sem webcam, vc ñ sabe c a outra pessoa tá fazendo akilo tudo mesmo. mas tu fez o q daí?

cissa diz: eu fiquei com vergonha e tirei a minha web, mas ele deixou a dele. eu nem fiz nada, fiquei mais olhando

Han diz: vc ñ curtiu?

cissa diz: curti. nuuuussa, lembro até hoje!

Han diz: no meu caso, eu nem conhecia o guri. começamos a conversar e ele até pediu uma foto minha sem roupa. daí ele abriu a webcam e já sabe, né?

Ju diz: uiii

Han diz: i eu do outro lado vendo tudim

cissa diz: mas vc tiroooo?

Han diz: só dos meus peitos...

Ju diz: nossaaa!!

Marina diz: que coragem! você não ficou com medo de ele mandar para os amigos?

Ju diz: eh mesmo. nunca se sabe...

Han diz: fikei com um pouco de medo q minha foto rodasse por ae

cissa diz: my gooooosh O: uma menina da minha escola tirou uma foto pronamorado e ele mandou pra todo mundo. TOOODA a escola já viu

Han diz: nossa... mas na minha ñ aparecia o rosto

Gabiii diz: menos mal

Marina diz: o seu namorado sabe?

Han diz: sabe do guri, mas dessa historia ñ...

Marina diz: vocês acham que sexo virtual é sexo?

Ju diz: acho que não

abiii diz: nãooo! só é sexo qdo tem contato físico

Han diz: eu axo q sim pq sexo t dá prazer e virtual tbm...

cissa diz: o bom é que na internet vc pode falar o que quiser

Marina diz: só que a pessoa do outro lado pode ser um desconhecido

Han diz: eh, vai q é um amigo seu kerendo t testar... o namorado d uma guria mesmo levou o pc pra conserto e os cara da loja viram o vídeo e botaram na net

cissa diz: caraca O: Han diz: até conhecer namorado pela net é arriscado

Ju diz: se não conheço e o cara vem com umas conversas estranhas, eu deixo bloqueado!!!

cissa diz: blokeio e excluo NA HOOOOOORA

Marina - Editora da Capricho

Gabiii,15 anos

Cissa,18 anos

Han, 18 anos

Ju, 19 anos

Reportagem retirada da resvista Capricho

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Questão de concepção



De 1998 a 2007, a rejeição ao aborto cresceu dez pontos percentuais:
estudiosos atribuem ao acirramento do debate
e à popularização das ultra-sonografias.





Como já vimos os números apresentados em 2007 mostram uma tolerância maior das famílias a possíveis relacionamentos inter-raciais e homossexuais por parte de seus filhos, estes mesmos entrevistados descrevem um movimento inverso em questões comportamentais de outra natureza, sejam as regidas por implicações legais – consumo de drogas, pequenos furtos ou participação em gangues -, sejam as movidas por forte conteúdo religioso, como o aborto, tema cujos índices de aprovação/rejeição costumam subir e descer nas pesquisas.
40%
dos óbitos maternos provocados por aborto são mascarados como infecções, hemorragias ou por “causa mal definida”. A interruoção da gravidez não desejada desponta com uma variação mais significativa, com um salto de 61% para 71% na taxa de rejeição. Ao analisar o que os entrevistados consideram moralmente certo ou errado, 87% condenam a interrupção da gravidez.
A antropóloga Débora Diniz, argumenta que em pesquisas de opinião sobre assuntos de ordem moral, as respostas tendem para “um julgamento moral compartilhado, que não necessariamente representam praticas individuais”. Ser racista ou homófobo é algo cada vez menos aceito socialmente, já o aborto tem sido tema de debates acirrados.
De acordo com a antropóloga Maria Luiza Heilborn, a ponta com outro fator responsável pelo crescimento da rejeição: a ultra-sonografia. Uma vez que ao mostrarem uma imagem assemelhada à imagem humana, as novas tecnologias de visualização do feto fizeram uma mudança muito grande no imaginário social. Uma coisa que oculta passou a ser visível, e com isso após verem o feto, muitas mulheres deixam de cogitar o aborto. “Quando pensam em abortar, é porque elas não deram ao feto o status de pessoa. Após o exame, não estão esperando mais uma criança, mas a ‘Verônica’, o ‘Fernando’”.
Meninas de até 15 anos aparecem com maior peso nos números de mortalidade – respondem por 14% dos óbitos por aborto. Destaca-se também a escolaridade e a renda como fatores que alteram as opiniões sobre a pratica do aborto. A resposta “moralmente errado” foi dada por 90% dos que têm ou cursam ensino fundamental e por 77% dos de ensino superior. Agora, quanto à renda mensal, a diferença foi de 87% (até 10 salários mínimos) a 69% (mais de 20).
Confrontados com a pergunta de que atitude tomariam caso uma filha adolescente engravidasse, 82% responderam que forneceriam apoio para que ela tivesse o filho em qualquer situação. Mas quando a pergunta muda de gênero e se refere a um filho que engravidasse uma garota, o índice dos que apoiariam o nascimento em qualquer situação cai para 71%. A pesquisa também declara que menos de 1% dos pais ouvidos aconselham o aborto, e cerca de 15% dos pais entrevistados teriam como reação, pressionar a filha a se casar.

A família arruma a cama

Virgindade, gravidez solteira, homossexualidade,
sexo no namoro ou na casa dos pais revlam que
os brasileiros estão mais tolerantes.

Está longe de ser um “liberou geral”. Mas de 1998 a 2007 mudou bastante coisa nas atitudes dos brasileiros com relação à sexualidade, `a moral e à família.
A pesquisa do Datafolha realizada este ano constatou um drastica mudança em relação a dez anos atrás. Constatamos que houve uma diminuição no que diz respeito a rejeição ao homosexualismo, porém a rejeição ao aborto aumenta.
“Se você soubesse que seu filho está namorando um homem, você consideraria um problema muito grave, mais ou menos grave, pouco grave ou não consideraria um problema?”
Em 1998, 77% dos entrevistados achavem que a situação seria “muito grave”. O ndice 20 pontos percentuais em nove anos: hoje, só 57% teriam essa reação. Caso, o “problema” ocorresse com a filha, os niveis de tolerância não se aterariam significadamente: 55% dos entrevistados não achariam “muito grave” se ela namorasse outra garota.
Em pesquisa realizada em 2002, mostra que 89% da população afirma ser “totalmente contra” ou “um pouco contra” sexo entre dois homens. Agora, ao focalizar o aborto, contataram que apenas 3% da população consideram “moralmente aceitável” fazer um aborto contra 87% que acham isso “moralmente errado”, e 6% que, estranhamente, afrimam não ser essa “uma questão moral”.
Os maiores sinais de liberalização e modernidade talvez apareçam, na verdade, quando determinadas “qustões” simplismente deixam de ser... “quetões”. De 1998 a 2007, subiu de 76% para incriveis 92% o índice de intrevistados que não considerariam um problema se o filho namorasse uma pessoa de outra cor. Agora, com a filha,a toada mudificasse um pouco: o índice baixa para 85%.
Durante os anos 60, ouvia-se familiares mais velhos reclamando quando grávidas usavam biquíni; divórcio, ou “desquite”, que era o que havia na época, surgia indubitavelmente como um acontecimento raro e de considerável gravidade, agora o assunto foi vencido pela modernidade.


Lugar de mulher é em casa

No país, onde segundo o IBGE 29.2% dos lares são chefiados por mulheres, 33% dos entrevistados pelo Datafolha afirmam que as mulheres devem deixar de trabalhar fora de casa e ficar em casa cuidadando dos filhos. Na segmentação por sexo, a resposta foi dada por 36% dos homens e 30% das mulheres ouvidas.
Outros 49% dos brasileiros aceitam que a mulher trabalhe, desde que o salário dela seja realmente necessário para o orçamento familiar. O índice dos que defendem que a mulher deve abrir mão do trabalho pelos seus filhos é menor entre os que cursaram o ensino superior: 19%. Isso é um dado alarmante, podemos então considerar que a melhoria das condições de vida das mulheres na sociedade não depende openas da evolução do nível educacional da população, para que haja essa mudança é necesserio que ocorra uma mudança da atuação do Estado no setor.
Enquanto as mulheres tiverm que redobrar para conciliar sua atividade remunerada e a maternidade, dificilimente poderam concorrer em pé de iqualdade com os homens no mercado de trabalho.

Reportagem adptada da Revista Família Brasileira do Jornal Folha de São Paulo.

domingo, 28 de outubro de 2007

Sexo na adolescência

O sexo na adolescência

Uma ampla pesquisa sobre asexualidade dos jovens mostraque dois em cada três descobrem o sexo até os 16 anos e que transar com o primo é coisa do passado
Por Célia Chaim, Eliane Lobatoe Hugo Marques


As meninas muitas vezes ainda brincam com suas bonecas. Os meninos custam a deixar os jogos eletrônicos que os levam a ficar grudados por horas a fio no computador. Mas o mundo desses adolescentes se resume apenas a essas amenidades? Definitivamente não. E as provas desta tese são os resultados de uma pesquisa inédita, a maior sobre a sexualidade dos jovens brasileiros já feita no País, chamada Juventude, juventudes: o que une e o que separa. O estudo de fôlego foi realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a Unesco, com a coordenação das sociólogas Miriam Abramovay e Mary Garcia Castro. ISTOÉ teve acesso com exclusividade às 470 páginas do trabalho. Os pesquisadores ouviram dez mil adolescentes em todos os Estados do País e chegaram a revelações importantes. Uma delas: 66,5% desses jovens, ou seja, dois em cada três, têm a primeira relação sexual até os 16 anos. Em números, são 25,3 milhões de pessoas. Outra: 16,1% dos entrevistados disseram que a primeira vez aconteceu até os 13 anos, ou seja, 6,1 milhões de pessoas.

Tiago Vargas descobriu os prazeres sexuais aos 14 anos, com uma amiga da escola. Hoje, cinco anos mais velho, já perdeu as contas: “Foram de 30 a 40 mulheres só nos últimos 12 meses”, diz. “Muitas vezes é com desconhecidas.” Morador da área nobre de Brasília, olhos verdes, ele acha que tem todo o conhecimento necessário para se proteger e evitar doenças. Às vezes, embalado pelo álcool, admite que deixa de lado a camisinha e corre risco. Excluindo o grande número de parceiras sexuais, o perfil da iniciação sexual de Tiago é um resumo do modelo experimentado por quase todos os brasileiros de sua geração.


A socióloga Miriam Abramovay explica que o levantamento é um dos retratosmais claros que se tem até hoje dos filhos da internet, a geração que cresceuna era da globalização. “Fiquei impressionada. Eles estão com a sexualidadea toda prova”, diz Miriam. “E começam a atividade sexual cada vez mais cedo.”A iniciação sexual é mais precoce nas camadas mais pobres. Nas classes D eE, 16,8% deles se iniciam com apenas 13 anos. Nas faixas menos favorecidasestão 26,7 milhões com menos de 18 anos. Entre os seis milhões dos setoresmais ricos do Pais, as classes A e B, o índice cai para 13,9%. Na classe C, com15,1 milhões de jovens e adolescentes, a taxa é de 15,7%. A amostragem da pesquisa se refere a todos os 47,8 milhões de jovens das regiões metropolitanas, periferias, interiores e áreas rurais.

Embora aconteça cedo, e apesar dos descuidos, os adolescentes estão muitobem informados. Na maioria dos casos, sabem, no mínimo, o que têm de usar e fazer para transar. Na avaliação da pesquisadora Miriam, é preciso entender o vocabulário dessa juventude para produzir uma orientação com resultados mais efetivos. Quando eles falam em “ficar”, geralmente a coisa não passa deuma simples troca de beijos, abraços e carinhos. Namorar é outra história: não raramente inclui sexo com o namorado ou o amigo. Tudo leva a concluir que o“mito do primo”, a descoberta das sensações de prazer com o parente mais próximo, nas temporadas em que ficam juntos, é algo que a nova geração enterrou de vez. De certo ponto, isso é positivo. “O baixo número de relações sexuais com parentes que apuramos, um número bem menor do que as mantidas com desconhecidos e até profissionais de programa, derruba o mito do elevado número de relações entre primos”, confirma a socióloga.


Outro ponto interessante é que a violência e a Aids levaram os mais novos a se agregar mais. Por isso, o estudo descobriu uma alta taxa de sexo com os amigos e um índice considerável de relatos de fidelidade ao namorado. ISTOÉ ouviu três garotas em Brasília. Todas disseram ter “ficado” com garotos várias vezes sem fazer sexo. A estudante Gabriela Monteiro, 14 anos, é uma delas. “Ficou” algumas vezes e teve cinco namorados. “Só vou transar quando eu sentir amor pela pessoa”, diz Gabriela. “Acho que eu nunca amei ninguém.” Ela estuda no primeiro ano do segundo grau e acha que já tem todas as informações necessárias para se proteger.
O carioca Garp Esteves Bruno, 17 anos, que já teve várias namoradas, não é tão romântico quanto Gabriela. Atualmente só, explica: “Garotas tem um monte. Mas as bacanas, as legais, estão difíceis. Hoje, comigo é só rolo.” Menina legal, para ele, é aquela que tem “algo mais”, com quem “o papo acontece.” Sua primeira vez foi há dois anos, “com uma namoradinha”. Depois de muitos beijinhos e carícias, eles foram para a casa de um primo dela “e rolou.” Garp não acha que foi tarde: “Aconteceu na hora que tinha de ser. Sei que tem gente que tem a primeira experiência mais cedo, até com dez anos. Mas cada um tem sua hora, não existe padrão nisso.”

Há pelo menos uma explicação convincente para a descoberta cada vez mais rápida dos prazeres do sexo. “A realidade se altera rapidamente com o bombardeio dos veículos de comunicação. Se por um lado sobra informação, o que leva a um conhecimento precoce sobre sexo, por outro ela nem sempre é bem compreendida, o que leva a dúvidas sobre prevenção de doenças e gravidez”, constata a ginecologista e sexóloga Maria Maldonado, da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro. Ela explica que, quanto menos informação as pessoas têm, mais vulneráveis estão em relação a questões de saúde reprodutiva, como gravidez não desejada, uso de métodos contraceptivos e contaminação pelo vírus da Aids. O melhor caminho, atestam esses estudiosos, não é tentar retardar a iniciação sexual dos garotos à força e a todo custo, mas fazê-los exercer a sexualidade com responsabilidade.


Aos 17 anos, Felipe Izing sente que o mundo está em suas mãos. Nascido em Itapema, Santa Catarina, ele está morando no Rio de Janeiro para exercer duas das mais badaladas profissões do momento: modelo, que ele já é, e ator. “Vou começar um curso de teatro brevemente”, afirma o surfista de 1,82 m e ares de galã. Acostumado ao assédio feminino desde muito novo, Felipe diz que teve sua primeira experiência sexual aos 13 anos com uma “guria” dois anos mais velha. A fila andou e ele teve um namoro “longo” – de um ano e meio –, e alguns relacionamentos rápidos. Hoje, namora há três meses uma carioca dez anos mais velha. Felipe foi emancipado pelos pais, Marilene e José Otto Izing, para que possa viver sozinho e trabalhar no Rio. Antes, porém, recebeu todas as orientações necessárias para levar uma vida sexual saudável. “Camisinha sempre!”, resume. “Meus pais conversaram muito comigo e com meu irmão mais velho sobre isso.” No livro Fala sério, as médicas Evelyn Eisenstein (pediatra) e Andrea Teixeira Matheus (psicóloga) explicam que “não existe idade certa para deixar de ser virgem”. Para elas, é o desejo que estabelece o momento – desejo que, para nosso honesto personagem Felipe, surge diante de uma garota bonita com uma conversa interessante. “Algumas vezes, vale a pena investir, mas há garotas que só querem aquele único encontro, não estão a fim de namoro, não.”

Alguns pais explicam, outros exigem um exercício de autoridade nem sempre aceito e aprovado. Thaina Levy, que acabou de fazer 18 anos, ficou com alguns amigosum pouco mais velhos, mas nada ultrapassou a barreirado “ficar”. Rodrigo Fleury, estudante de moda, foi um deles. Ele é o que se chamaria de “livre, leve e solto”.Ele conta que sua vida sexual começou aos 16 anos. Parece bem distante de assumir algum namoro maissério. Para a socióloga Mary Garcia Castro, outra coordenadora da pesquisa da Unesco, não é somente a idade da iniciação sexual que surpreende. “As meninas estão começando também cada vez mais cedo”, diz. “O que se conserva em todas as faixas de idade, principalmente entre as garotas, é que eles se entregam principalmente quando há amor.”

O tempo voou na questão da mudança de comportamento em relação ao sexo. Dez anos atrás, era praticamente inadmissível pensar que namoradas e namorados adolescentes poderiam passar a noite juntos na casa dos pais. “Até mesmo em função da violência que corre solta, é melhor deixá-los passar a noite juntos e por perto”, completa a psicanalista Renata Galvão. Por sinal, a pesquisa da Unesco mostra que 20,7% dos pais brasileiros, ou um a cada cinco, possuem opinião semelhante à de Renata. No outro extremo da linha de definição de comportamentos, 60,3% proíbem os filhos adolescentes de chegarem tarde em casa. “A família brasileira é controladora, no bom sentido”, diz a socióloga Miriam. Mas, empurrada pelos fatos, está mudando numa velocidade bem maior do que acharia confortável.
Revista Istoé

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Os pais estão confusos

A geração que fez a revolução sexualestá pasma com a precocidade e a liberdade da vida amorosa de seus filhos. Poucos sabem como lidar com a primeira vez dos adolescentes


Desde que o mundo é mundo, pais e mães têm sempre um palpite a dar em cada etapa da vida dos filhos. Nesta virada de milênio, talvez pela primeira vez na história, eles estão atônitos e sem palavras diante de um momento crucial: a iniciação sexual dos adolescentes. A precocidade e a liberalidade com que a garotada está se iniciando na vida amorosa são mesmo de tirar o fôlego de qualquer adulto. Os adolescentes de hoje são filhos da geração que se casou no final da década de 70. Na época estavam em alta o relacionamento liberal, o sexo livre e a contestação à ordem social. É gente que deu liberdade aos filhos, mas não incluiu no pacote um modelo de comportamento sexual. Mães e
pais estão confusos, preocupados e tão carentes de modelo
quanto os próprios filhos. Algumas pistas de como os pais podem agir – assim como uma idéia mais clara de como a garotada lida com a delicada questão da perda da virgindade – estão surgindo de uma enxurrada de estudos sobre a sexualidade. Esses levantamentos nos informam que o mais surpreendente sinal dos tempos não é a idade em que acontece a iniciação, mas onde: na casa da família. Entende-se daí o tamanho da confusão. A juventude já percebeu que sua vida sexual pode contar, de uma forma ou de outra, com a cumplicidade dos pais.


Do ponto de vista cultural, a mudança é profunda, quase revolucionária. Até bem pouco tempo atrás, a iniciação do garoto se dava com prostitutas e a da garota com o marido na noite de núpcias. Hoje, como regra geral, a primeira relação sexual ocorre entre namorados que mantêm um relacionamento estável e o local predileto é o quarto do garoto, quando os pais estão ausentes. Ouve-se falar bastante – e sempre em tom de alarme – que os adolescentes estão começando a vida sexual mais e mais cedo. Não é bem assim. A idade da primeira vez (15 anos para meninas, 17 para os garotos, em média, segundo a Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana) é apenas um ano menor que a registrada nos anos 80. No tempo de nossas avós era comum as mocinhas se casarem e terem filhos aos 15 anos. A diferença é que casavam primeiro e conheciam o sexo depois. A alteração dessa ordem acontecia acidentalmente, mas o tabu era tamanho que poucas moças chegavam a quebrá-lo. Quando o faziam, corriam o risco de ser expulsas de casa pelo pai. O sexo, naquela sociedade tão diferente mas ainda tão perto de nós, era totalmente vinculado ao casamento. Temos aí mais uma reviravolta. A vida sexual ativa dos adolescentes de hoje se dá de acordo com uma modalidade que o ginecologista Nelson Vitiello chama de "monogamia temporária". Significa relacionamento estável e fidelidade, mas não envolve compromissos de longo prazo. O garoto dorme com a namorada e tem o apoio explícito dos pais e amigos. A menina, embora não receba tanta aprovação da família, já não corre o risco de ser espancada porque fez sexo fora do casamento. Ao contrário, para muitos pais é motivo de alívio saber que se trata de um namoradinho conhecido e sadio. Pais tranqüilos? Mais honesto é dizer que se resignaram ao mal menor.

Os pais adorariam encontrar a linha de equilíbrio entre o direito dos filhos à sexualidade e a inclinação dos adultos a adiar a perda da virgindade dos jovens. Mas, infelizmente, isso não existe. No passado, a iniciação sexual era conduzida de acordo com regras bem estabelecidas e a família se preocupava com a maneira como seus rebentos iam ser vistos na sociedade. A questão moral está hoje obscurecida por inquietações sobre o impacto do sexo na qualidade de vida do adolescente. O grande vilão da liberdade amorosa dos jovens desta geração se chama sexo desprotegido. A pergunta que martela a insônia dos pais é como o adolescente vai proteger-se do parceiro errado e das conseqüências de uma primeira vez mal planejada. Os perigos são reais. Desde 1982, foram diagnosticados mais de 20 000 casos de Aids entre adolescentes. Mais próximo da realidade das famílias de classe média está o pesadelo da gravidez indesejada. Um bebê fora de hora é o fim da autonomia e dos planos da juventude, além de se transformar quase sempre num fardo para os avós. Há um paradoxo nesse assunto, que só os hormônios a mil e a impetuosidade natural da idade podem explicar. Nunca uma geração esteve tão bem informada sobre métodos anticoncepcionais e a necessidade de proteção contra doenças sexualmente transmissíveis. Os números – a cada ano nasce 1 milhão de filhos de mães adolescentes no Brasil – mostram que nem por isso tomam os cuidados necessários.
A modelo paulistana Daniele Gomes, de 17 anos, teve sua filha Nathalia no final de 1997. Ela engravidou de seu primeiro namorado, um rapagão de 20 anos com quem se relacionava já havia quase três. Ambos eram virgens e a primeira vez ocorreu seis meses depois dos primeiros beijos. Foi no quarto dele, num fim de semana em que a família viajou. "Nós tínhamos aquele pensamento mágico de que nada iria acontecer com a gente", diz Daniele. Seu pai, José Evangelista Gomes, só soube que seria avô quando o barrigão apareceu. "Caí das nuvens", desabafa. "Sempre fomos muito liberais, falávamos de sexo com liberdade, sempre orientamos nossa filha. Como pôde acontecer?" Da mesma forma que não há receita infalível para transformar os filhos em pessoas felizes e bem-sucedidas, não existe padrão para encaminhá-los sem riscos pelos meandros do sexo. O mais comum é que se repita a velha fórmula da conversa séria de pai para filho, ou de mãe para filha, em que o adulto constrangido dá uma noção geral e insossa de como funciona a reprodução das espécies, quando o que está interessando o jovem é o romance, o desconhecido, a aventura, a paixão, o calafrio que percorre o corpo ao ver aquela pessoa especial. Os pais também costumam falar de Aids, camisinha e, ufa, vamos mudar de assunto. A conversa solene é um erro, pois normalmente assusta e inibe o jovem. Há também os pais que vão se aproximando como quem não quer nada, para sondar se o filho ou filha está transando ou não. Alguns tratam de criar um clima de cumplicidade forçada. Outros fingem que não sabem de nada, como se isso fosse fazer o problema sumir. Não vai, pois a primeira vez dos filhos vai ocorrer independentemente da vontade de papai e mamãe. E eles só saberão depois, se por acaso vierem a saber, porque o segredo é a regra. O bom senso recomenda que os pais tratem a questão com naturalidade desde a infância e estejam disponíveis para conversar, se os filhos quiserem. Mas nunca devem impor o assunto, pois os adolescentes prezam acima de tudo a própria intimidade. Os pais precisam aceitar, por mais doloroso que pareça, que a decisão não é deles. "Estão tendo de engolir a vida sexual dos filhos de qualquer jeito, às vezes à custa de muito anti-ácido", diz o psicoterapeuta Moacir Costa, autor de vários livros sobre sexualidade.

O que passa na cabeça da princesinha do papai na hora de tirar a roupa diante do namorado pela primeira vez? É mais fácil dizer o que não passa na cabeça dela. Estudos mais antigos registravam um grau maior de fantasia e uma enorme disposição feminina de conservar a virgindade à espera de um grande amor. Levantamentos atuais mostram que a adolescente encara a vida afetiva de modo bem mais pragmático. Em geral, ela perde a virgindade com um namorado firme, por quem tem afeto e confiança – e, evidentemente, atração física. Seis meses de namoro é considerado tempo adequado para iniciar a vida sexual. Diferentemente do que pode ter ocorrido com suas mães, o sexo não é uma bandeira de rebeldia, mas é visto como uma etapa natural num namoro. "A garotada encara a primeira vez como algo inevitável no desenvolvimento de qualquer pessoa", diz a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade da Universidade de São Paulo. "A maioria está até consciente de que não será grande coisa, porque vão estar nervosos, ansiosos e, evidentemente, porque são inexperientes." De onde a meninada tira tanta desenvoltura para lidar com o sexo?
A televisão, o cinema, a imprensa, a propaganda inundam o cotidiano dos jovens com apelos sexuais jamais vistos por outra geração. É daí que nasce a fantasia de que toda transa é maravilhosa. Se o adolescente se deixa influenciar por esse bombardeio, poderá ter decepções na vida real. Mas paradoxalmente a fantasia, alimentada pelos meios de comunicação, é contrabalançada até certo ponto pela experiência prática que os jovens tiram dos namoricos quentes que entraram na moda nos últimos anos da década de 90. "A iniciação sexual hoje tem menos fantasmas que a de gerações anteriores porque está começando no ficar", opina Tania Zagury, educadora especializada em adolescentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Etapa intermediária entre a paquera e o namoro, "ficar" permite aos jovens liberdades que a geração de seus pais só desfrutavam numa fase avançada. "Eles conhecem as sensações de prazer e isso os empurra com mais facilidade para a relação sexual", diz Moacir Costa. "Os jovens aprendem como despertar o desejo e vencem as inibições antes mesmo da transa em si." Assim, os adolescentes chegam à primeira vez mais bem preparados que os das gerações anteriores. Nada disso garante uma estréia sexual de filme de Hollywood. Uma pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo notou que apenas uma em cada cinco garotas sente prazer na primeira vez. A paulistana Carolina Piza, 18 anos, perdeu a virgindade aos 15, com o primeiro namorado, e lembra bem da decepção. Durante cinco meses, ela percorreu o caminho da intimidade crescente que vai de pegar na mão às carícias mais íntimas e se julgou pronta para o grande salto. "Tive a impressão de que se faz a maior propaganda de uma coisa que não corresponde à realidade", diz. "Fiquei com medo de que fosse sempre assim. Na segunda vez, felizmente, foi bem melhor."

Carolina está autorizada a levar o namorado para dormir em casa. "Permitir que minhas filhas tragam os namorados para cá é uma forma de proteção, de mantê-las a salvo da rua violenta", diz sua mãe, Edit. O pai, Antonio Sérgio, diz que se incomoda menos em encontrar um rapaz desconhecido no café da manhã do que com o jeito descontraído com que os jovens aparentam encarar o sexo. "Parece que virou brincadeira", pondera. A atitude da família Piza, que permitiu às filhas dormir com os namorados dentro de casa, tornou-se comum. Os pais têm a esperança de que seja mais fácil controlar a vida sexual de seus filhos se ela ocorrer nos limites domésticos. Nas gerações anteriores, seria necessário armar uma operação de guerra para transar em casa. Pesquisa conduzida pela Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana verificou que 33% dos meninos e 25% das meninas iniciam sua vida sexual tendo como cenário o próprio quarto. Apenas 10% dos meninos transam pela primeira vez em motéis. O carro, o ícone sexual por excelência de gerações anteriores, fica somente com 6%.
A dona de casa Irone Magnini, de Curitiba, sempre procurou tratar com naturalidade assuntos espinhosos, como sexo, com os filhos Mayron, 18 anos, e Markyan, 16. O mais velho viu uma camisinha pela primeira vez aos 5 anos, quando manifestou curiosidade sobre o assunto. "A primeira transa é tão natural quanto a primeira volta de bicicleta", resume Irone. Mayron optou por ter uma iniciação sexual à moda tradicional. O pai, o advogado Marlus, pagou uma prostituta pelo serviço. "A pressão dos amigos era tremenda. Eu era o único virgem da turma", diz Mayron. "Foi bom, mas não é uma experiência que gostaria de repetir ou recomendar." O caçula Markyan já decidiu que sua primeira vez será com uma namorada, "uma pessoa legal". O carioca Alair Ferreira, 18 anos, quando determinou que era chegada sua vez, há três anos, consultou a mãe. "Ela me perguntou se não era muito cedo, conversamos e chegamos à conclusão de que o legal é a transa acontecer com alguém que tenha a ver com a gente." Está se generalizando o conceito de que a mulher tem o mesmo direito dos homens de fazer sexo antes do casamento, mas nenhuma menina deve esperar que papai aplique essa regra com entusiasmo. Quando se trata de filhas, o recado é quase sempre "não tem pressa". Os pais têm razão, porque é para a menina que sobra a gravidez indesejada. Ela também está mais suscetível às doenças sexualmente transmissíveis.
Bem comum é a mãe, diante da inevitabilidade da iniciação sexual da filha, levá-la ao ginecologista para uma sessão de conselhos práticos. A maioria das meninas, porém, prefere evitar as indiscrições do médico conhecido da família e procurar alguém recomendado pelas amigas. A estudante gaúcha Laura Soares da Silva, 15 anos, que vive em Blumenau, sempre conversou abertamente com os pais sobre sexo. Se sobrava alguma dúvida, esmiuçava os detalhes em livros especializados e revistas femininas. Em julho do ano passado, dois meses depois de começar a namorar um colega de sala de aula, Laura procurou ajuda profissional. O casalzinho havia decidido transar e não estava seguro de como prevenir a gravidez. "Depois de conversar com a médica, fiquei mais tranqüila e tomei a primeira pílula quando saí do consultório", conta Laura. A primeira transa foi na casa dela e a pílula foi reforçada com o uso da camisinha. "Não havia por que impedi-la de dormir com o namorado", avalia a mãe, Maria Iderna Ramires. "Quando eu tinha a idade dela, isso acontecia com muita culpa. Não queria que a minha filha fizesse nada escondido." A trajetória da mineira Arislana Brito, 18 anos, seguiu por caminhos diferentes. A primeira experiência aconteceu numa noite de réveillon na casa do namorado, há dois anos. A mãe, Elizete, só soube no ano passado, quando Arislana engravidou de outro namorado. "Fiquei chocada. Na minha época, se uma moça transasse com o namorado, ficasse grávida ou não, tinha de casar", diz Elizete. Ela deu à filha a mesma educação conservadora que recebeu dos pais e hoje se arrepende de não ter conversado sobre sexo em casa. Apesar do susto, deu total apoio à filha. "Não tive escolha. Afinal, os tempos são outros e casar virgem faz parte do passado." No que vai dar isso tudo? São mais de 32 milhões de jovens entre 15 e 24 anos no Brasil, criando novas regras para um jogo eterno. Alguns são maduros para jogar no primeiro time. Procuram ajuda profissional, usam preservativos e conversam com os pais. A maioria não está nem aí. Os pais, bem, os pais estão preocupados.

Com reportagem de Rodrigo Vieira da Cunha, de Porto Alegre,Daniella Camargos, de Belo Horizonte, Rachel Verano, de Curitiba, Pablo Nogueira, de São Paulo