De 1998 a 2007, a rejeição ao aborto cresceu dez pontos percentuais:
estudiosos atribuem ao acirramento do debate
e à popularização das ultra-sonografias.
estudiosos atribuem ao acirramento do debate
e à popularização das ultra-sonografias.
Como já vimos os números apresentados em 2007 mostram uma tolerância maior das famílias a possíveis relacionamentos inter-raciais e homossexuais por parte de seus filhos, estes mesmos entrevistados descrevem um movimento inverso em questões comportamentais de outra natureza, sejam as regidas por implicações legais – consumo de drogas, pequenos furtos ou participação em gangues -, sejam as movidas por forte conteúdo religioso, como o aborto, tema cujos índices de aprovação/rejeição costumam subir e descer nas pesquisas.
40%
dos óbitos maternos provocados por aborto são mascarados como infecções, hemorragias ou por “causa mal definida”. A interruoção da gravidez não desejada desponta com uma variação mais significativa, com um salto de 61% para 71% na taxa de rejeição. Ao analisar o que os entrevistados consideram moralmente certo ou errado, 87% condenam a interrupção da gravidez.
40%
dos óbitos maternos provocados por aborto são mascarados como infecções, hemorragias ou por “causa mal definida”. A interruoção da gravidez não desejada desponta com uma variação mais significativa, com um salto de 61% para 71% na taxa de rejeição. Ao analisar o que os entrevistados consideram moralmente certo ou errado, 87% condenam a interrupção da gravidez.
A antropóloga Débora Diniz, argumenta que em pesquisas de opinião sobre assuntos de ordem moral, as respostas tendem para “um julgamento moral compartilhado, que não necessariamente representam praticas individuais”. Ser racista ou homófobo é algo cada vez menos aceito socialmente, já o aborto tem sido tema de debates acirrados.
De acordo com a antropóloga Maria Luiza Heilborn, a ponta com outro fator responsável pelo crescimento da rejeição: a ultra-sonografia. Uma vez que ao mostrarem uma imagem assemelhada à imagem humana, as novas tecnologias de visualização do feto fizeram uma mudança muito grande no imaginário social. Uma coisa que oculta passou a ser visível, e com isso após verem o feto, muitas mulheres deixam de cogitar o aborto. “Quando pensam em abortar, é porque elas não deram ao feto o status de pessoa. Após o exame, não estão esperando mais uma criança, mas a ‘Verônica’, o ‘Fernando’”.
Meninas de até 15 anos aparecem com maior peso nos números de mortalidade – respondem por 14% dos óbitos por aborto. Destaca-se também a escolaridade e a renda como fatores que alteram as opiniões sobre a pratica do aborto. A resposta “moralmente errado” foi dada por 90% dos que têm ou cursam ensino fundamental e por 77% dos de ensino superior. Agora, quanto à renda mensal, a diferença foi de 87% (até 10 salários mínimos) a 69% (mais de 20).
Confrontados com a pergunta de que atitude tomariam caso uma filha adolescente engravidasse, 82% responderam que forneceriam apoio para que ela tivesse o filho em qualquer situação. Mas quando a pergunta muda de gênero e se refere a um filho que engravidasse uma garota, o índice dos que apoiariam o nascimento em qualquer situação cai para 71%. A pesquisa também declara que menos de 1% dos pais ouvidos aconselham o aborto, e cerca de 15% dos pais entrevistados teriam como reação, pressionar a filha a se casar.
De acordo com a antropóloga Maria Luiza Heilborn, a ponta com outro fator responsável pelo crescimento da rejeição: a ultra-sonografia. Uma vez que ao mostrarem uma imagem assemelhada à imagem humana, as novas tecnologias de visualização do feto fizeram uma mudança muito grande no imaginário social. Uma coisa que oculta passou a ser visível, e com isso após verem o feto, muitas mulheres deixam de cogitar o aborto. “Quando pensam em abortar, é porque elas não deram ao feto o status de pessoa. Após o exame, não estão esperando mais uma criança, mas a ‘Verônica’, o ‘Fernando’”.
Meninas de até 15 anos aparecem com maior peso nos números de mortalidade – respondem por 14% dos óbitos por aborto. Destaca-se também a escolaridade e a renda como fatores que alteram as opiniões sobre a pratica do aborto. A resposta “moralmente errado” foi dada por 90% dos que têm ou cursam ensino fundamental e por 77% dos de ensino superior. Agora, quanto à renda mensal, a diferença foi de 87% (até 10 salários mínimos) a 69% (mais de 20).
Confrontados com a pergunta de que atitude tomariam caso uma filha adolescente engravidasse, 82% responderam que forneceriam apoio para que ela tivesse o filho em qualquer situação. Mas quando a pergunta muda de gênero e se refere a um filho que engravidasse uma garota, o índice dos que apoiariam o nascimento em qualquer situação cai para 71%. A pesquisa também declara que menos de 1% dos pais ouvidos aconselham o aborto, e cerca de 15% dos pais entrevistados teriam como reação, pressionar a filha a se casar.